Reunião Copom Maio de 2024

Reunião do Copom de maio de 2024: corte de 0,25 e Selic a 10,50 ao ano.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, nesta quarta-feira (8/05), reduzir a taxa Selic em 0,25 ponto percentual. Antes a Selic estava em 10,75% ao ano e passa a ser 10,50%. Esse é o sétimo corte consecutivo na taxa básica de juros, iniciado em agosto de 2023. Naquela ocasião, a Selic estava em 13,75%. A grande surpresa é que o Copom vinha implementando reduções de 0,5 ponto percentual a cada encontro, e isso causou impacto no mercado.

O corte menor do que o esperado sugere uma possível revisão na estratégia do BC em relação à política monetária. O ajuste no ritmo de diminuição da Selic reflete adaptações do colegiado às condições econômicas e sobre inflação e crescimento atuais.

Causas do corte menor que o esperado na Selic

No final de março, o Banco Central havia indicado uma possível redução de 0,5 na Selic para a reunião de maio. Entretanto, a previsão estava condicionada à confirmação de um cenário favorável pela diretoria do Banco Central, o que parece não ter se confirmado.

Uma das causas são reduções nas metas das contas públicas em 2025 e 2026, o que abre espaço para mais gastos do governo. Medida que não tem o apoio do presidente do BC, Roberto Campos Neto. Além disso, o cenário externo se deteriorou, com a inflação ainda alta nos Estados Unidos.

Expectativas para os próximos encontros do Copom

No comunicado divulgado após a reunião, o Copom enfatizou a necessidade de adotar uma abordagem serena e moderada na condução da política monetária. Destacou também que quaisquer ajustes futuros na taxa de juros serão determinados pelo compromisso firme de convergir a inflação para a meta estabelecida.

Os membros do comitê avaliaram que a política monetária deve permanecer contracionista até que haja consolidação não apenas na desinflação, mas também na ancoragem das expectativas em torno das metas. A decisão do Copom não foi unânime, com cinco membros votando por uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa Selic e quatro optando por uma redução de 0,50 ponto percentual.

Os cenários internos, externos e a inflação

O comunicado destacou, ainda, que o ambiente externo está mais adverso, mencionando a incerteza persistente em relação ao início da flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e as pressões nos mercados de trabalho. Em relação ao Brasil, o Copom observou que os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho têm mostrado maior dinamismo do que o esperado.

Quanto à inflação, o comunicado identificou fatores de risco, incluindo uma possível persistência das pressões inflacionárias globais. Além disso, pesa também na atual decisão e nas próximas, uma maior resiliência na inflação de serviços devido a um hiato de produção mais apertado.

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